CORSÁRIOS

           

Em primeiro lugar importa distinguir o pirata do corsário _ enquanto o pirata é um fora da lei, que ataca e saqueia para seu benefício próprio, o corsário cumpre um objectivo político, actuando como uma espécie de guerrilheiro do mar, que apesar de obter lucros com a actividade que desenvolve, cumpre um papel muito importante no âmbito da política externa do país que serve.

Abriga-se num local que lhe é autorizado e a sua acção á reconhecida pelos governantes, por vezes através da concessão de uma “carta de corso”, e repartindo com eles o produto do seu saque. A sua actividade não se resumia ao ataque a navios, mas também a incursões terra adentro, onde não só pilhavam as regiões costeiras, como raptavam as populações para as escravizarem.

 

Um corso, ou corsário, (do Italiano corsaro, comandante de navio autorizado a atacar navios) era um pirata que, por missão ou carta de marca de um governo era autorizado a pilhar navios de outra nação aproveitando o fato de as transações comerciais basearem-se, na época, na transferência material das riquezas. Os corsos eram usados como um meio fácil e barato para enfraquecer o inimigo por perturbar as suas rotas marítimas. Com os corsos, os países podiam enfraquecer os seus inimigos sem suportar os custos relacionados com a manutenção e construção naval.

 

Teoricamente, um não corso com uma carta de marca poderia ser considerado como pirta, desde que fosse reconhecido pela lei internacional. Sempre que um navio corso fosse capturado, este tinha de ser levado a um Tribunal Almirantado onde tentava assegurar de que era um verdadeiro corso. Contudo, era comum os corsos serem apresados e executados como piratas pelas nações inimigas. Grande parte das vezes os piratas, quando apanhados pela suposta vítima, tentavam usar uma carta de corso ilegal. Por vezes, no seu país de origem, os corsos eram considerados autênticos heróis, tal como Sir Francis Drak que, graças aos fabulosos tesouros que arrecadou para a Inglaterra, foi tornado Cavaleiro por Isabel I.

 

Consta como curiosidade histórica, no conhecido livro "Princípios de Defesa Militar" dos ( dois ) irmãos J. S. Vasconcellos, editora Biblioteca do Exército Brasileiro, edição de 1939, que nessa data histórica e da organização da Armada Britânica, nasceu a "Saudação militar", da forma que se conhece hoje ( com as mão direita espalmada sobre a testa "e/ou sobre os olhos, originalmente" ), no dia fazia muito Sol(ensolarado) e os marinheiros em posição de firmeza (sentido - disciplinar ) militar, presenciavam a cerimônia de seu chefe, quando a rainha se dirigiu para colocar o colar de Cavaleiro, seu vestido que brilhava (muitas pedras preciosas e brilhantes ) fez com que ofuscasse pelo Sol nos olhos dos marujos, dessa forma todos fizeram a saudação militar, disciplinadamente e ao mesmo tempo; e de forma altamente - disciplinada. O que foi logo após amplamente elogiado pela chamada "Rainha Virgem", todos comandantes militares aliados presentes, logo quizeram imitar Drake e sua tripulação, altamente disciplinada.

 

Já durante as cruzadas, os corsários sarracenos eram chamados pelos cruzados de "corsários berberes". Estes corsários estavam autorizados pelos seus governos a pilhar as rotas marítimas dos países cristãos. Inicialmente os corsários malteses lutavam pela religião, mas algum tempo depois as crescentes recompensas da pirataria atraíram mais ajuda. Rapidamente os corsários malteses se tornaram piratas experientes, sem interesse nos ideais religiosos.

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O CORSO HOLANDÊS E SUAS IMPLICAÇÕES

Os Neerlandeses fizeram várias incursões para conquistar o Brasil. Dado que os neerlandeses não conseguiram nenhuma autorização para praticarem o comércio no território brasileiro, tiveram de optar pela invasão do território, nomeadamente através do corso, tentando conquistar este.

 

Mesmo durante as Tréguas dos Doze Anos os ataques corsos às embarcações portuguesas não cessou, assim como as ações piráticas. Em 1616 os neerlandeses apoderaram-se de vinte e oito navios à carreira do Brasil, e nos anos após o termo da paz, como é óbvio estes números ainda aumentaram mais, como por exemplo, que 1623 em que chegou aos oitenta e quatro. Apesar de todos estes ataques, os neerlandeses não ficaram satisfeitos, e a Companhia das Índias Ocidentais em colaboração com os Estados Gerais resolveram implantar uma colónia no Brasil, o que vieram a conseguir mais tarde com a conquista da Baía de Todos os Santos (Bahia).

 

Em 1644, após a restauração, Portugal deu início à recuperação de parte do seu território no Brasil. Após a recuperação do Brasil, D. João IV deu início às carreiras em comboio, tal como a Espanha fizera no caso da América Central com a Carreira das Índias Ocidentais. Navegar em comboio consistia em sempre que as embarcações, utilizando o exemplo português, partiam do Brasil eram escoltadas por navios de guerra até Portugal, combatendo assim a ação do corso. Para terminar com o corso holandês, Portugal invadiu a Baía de Todos os Santos (Bahia), conquistando-a, e mais tarde Olinda, no Recife, e mais tarde com a reconquista de Angola e São Tomé.

 

Em 1649 foi fundada a Companhia Geral do Comércio do Brasil, que proporcionou condições para melhorar o tráfico marítimo entre Portugal e o Brasil. Uma das inovações da companhia era a existência de dóis comboios por ano escoltados por dezoito navios de guerra, cada um com vinte a tinta pesos e para melhorar a defesa em caso de ataque os navios não deviam transportar carga em excesso, sendo assim suspensa a interdição de navegação para o Brasil de navios com menos de dezasseis pesos.

 

Também apareceu o interesse de diminuir o risco de o comboio se encontrar com o inimigo tanto quanto possível, assim, sempre que a viagem fosse antes de 20 de Agosto era feita pelo norte dos Açores até ao paralelo de 42N e depois rumar ao Porto ou a Viana do Castelo, e caso fosse posteriormente deveria passar entre as ilhas da Madeira e Santa Maria em direção a Setúbal. Foram feitas coordenações para os navios comunicarem entre si através de sinais sonoros e visuais. A capitania deveria ser a primeira do comboio e a almiranta a última. É feito o controlo do uso do fogo a bordo, para reduzir o risco de incêndio. Graças a todas estas complexas medidas, a perda de navios vindos do Brasil diminuiu bastante, o que em parte também se deveu à desagregação e perda de territórios por parte da Holanda no ocidente e o conflito entre a Holanda e a Inglaterra.

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(Chegada ao Tejo)