TERRA BRASILEIRA

NOTÍCIA

No período de 2012-2013 será celebrado o Ano de Portugal no Brasil. O comissário geral do programa e presidente da Fundação Luso-Brasileira, Miguel Horta, disse que a ideia é mostrar a criatividade e o conhecimento português nas artes, na cultura, no pensamento, na ciência, na investigação, na inovação tecnológica e na economia.

Horta disse que planeja realizar de forma simultânea o Ano de Portugal no Brasil e o Ano do Brasil em Portugal. Segundo ele, esse é o terceiro projeto cujo objetivo é divulgar a cultura estrangeira no Brasil. Em 2009 houve o Ano da França e, neste ano, foi comemorado o Ano da Itália.

O programa das comemorações tem início em 7 de setembro de 2012 – Dia da Independência do Brasil – e termina em 10 de junho de 2013 – Dia de Portugal. Nos próximos dois meses, Horta coordenará uma equipe que vai organizar os eventos para o Ano de Portugal no Brasil.

"[Queremos] despertar mais interesse pela cultura e pelos produtos portugueses no Brasil, atrair mais turistas e empresas brasileiras e estreitar vínculos entre as sociedades civis", disse Horta. "Queremos que o Brasil e os brasileiros nos conheçam melhor e gostem ainda mais de nós."

O trabalho de coordenação geral dos eventos ficará a cargo do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas. Segundo o Conselho de Ministros de Portugal, Portas fará a "supervisão e coordenação do Ano de Portugal no Brasil e da participação nacional no Ano do Brasil em Portugal".

 

 

 

FAMÍLIA REAL

 

QUE PAÍS É ESTE?

 

Um gigante que não cabe no papel de colônia e espera o futuro acelerado pela transferência da família real.

 

 Museo Castro Maya

 

Leque aberto: a separação não precisa ser litigiosa, mas está escrita no futuro de Brasil e Portugal, representados nas duas alegorias da cena comemorativa da chegada da corte ao Rio.

 

 

Que lugar é este aonde acabamos de chegar, devem ter pensado os milhares de portugueses que desembarcaram no Rio de Janeiro na tarde ensolarada de 8 de março de 1808, desde já uma data histórica. Para começar, é um país, mesmo que em formação e ainda chamado de colônia – esclarecimento importante, visto que, com a chegada da família real, deram de falar que vivemos aqui numa massa amorfa e desconjuntada, como se não tivéssemos nos dado conta até agora de quem somos.

 Nem Nova Lusitânia nem América Portuguesa, como ainda querem alguns, o nome desta nação em formação é Brasil, e ponto final. Habitado por 3 milhões de pessoas – atenção, brasileiros, não brasilianos, como preferem alguns –, é um lugar de proporções tão vastas que custa à mente europeia, e às locais também, imaginar até onde chegam suas fronteiras e à lógica aceitar que continuará na posição subalterna de hoje. A transferência do governo português para cá acelera, inevitavelmente, a dinâmica em direção a um futuro independente.

As primeiras medidas tomadas por dom João, o príncipe regente e futuro rei – ou simplesmente João, para manter os padrões de informalidade daqui –, foram positivas. A abertura ao comércio, decretada durante a escala da família real na Bahia, é apenas o primeiro e incipiente passo para que o Brasil encontre seu lugar na ordem econômica internacional. Outras deficiências escandalosas deverão ser supridas em breve – é inacreditável, por exemplo, que aqui não exista ensino superior nem se possam publicar livros. Espera-se que a criação de um aparato de estado à altura da nova posição do Brasil como reino alternativo redunde em eficiência e progresso, não em excesso de cargos públicos e outras mordomias, tão caras dos dois lados do Atlântico.

O mundo está fervilhando de ideias que podem inspirar o Brasil. As duas grandes potências europeias, França e Inglaterra, apesar da guerra, oferecem ambos os modelos políticos instrutivos. Embora Napoleão Bonaparte tenha traído as origens ao se proclamar imperador, a transformação conceitual que produziu na França a Declaração dos Direitos do Homem veio para ficar. A Inglaterra não tem revolução nem Constituição escrita, mas o rei se sujeita ao Parlamento, como deve ser.

 Na jovem república dos Estados Unidos, vigora o princípio simplesmente transformador de que todos os homens nascem livres e iguais. A economia também está no início de importantes transformações. Avanços tecnológicos promovidos pelos britânicos e por seus irmãos rebeldes, os americanos, tornam possível a produção de bens de consumo em quantidades difíceis de conceber pelos padrões vigentes aqui.

 Por que uma mulher teria mais do que os dois ou três vestidos necessários para se apresentar em sociedade? A resposta, provavelmente, é porque ela pode. Inserir o Brasil numa economia que funcionará em escala global é obrigatório. Além de liberar o comércio, a chegada da corte portuguesa também enterra o decreto real de 1785, pelo qual se ordenava que, à exceção da indústria têxtil, todas as fábricas em território brasileiro "deviam ser extintas e abolidas". A anomalia trazia a assinatura de Maria I, a rainha afastada por insanidade, que chegou ao Rio de Janeiro com o resto da família real.

 

 Museo Mariano Procópio

 

Insígnia que vai agraciar os responsáveis pela viagem bem‑sucedida da família real: as primeiras medidas de dom João são positivas; o Brasil espera mais.

 

Um país com liberdade para produzir e comercializar, regido por leis – por que não uma Constituição? –, integrado por cidadãos livres, donos de seu trabalho e de suas opiniões, sem a ignomínia da escravidão nem a injustiça do domínio colonial. O Brasil merece isso tudo, embora não se espere que a transferência do governo português produza as mudanças por passe de mágica. João, tantas vezes criticado como um príncipe hesitante pode ser mais esperto do que se imagina. Talvez não demore a perceber que a separação entre Brasil e Portugal é inevitável, mas não precisa ser litigiosa. Ainda é cedo para dizer se haverá uma transição pacífica para a independência, como parece estar nas raízes brasileiras, ou um levante em armas, como já aconteceu nas duas ex-colônias americanas hoje independentes – os Estados Unidos e o Haiti. Mas já dá para prever que o alcance histórico da chegada da família real é um assunto que vai continuar a ser discutido pelos próximos 100, quem sabe até 200 anos.

 

  revista Veja Edição Especial

  Carlos Navarro

 

                   

 

Numa sexta-feira de muita confusão,pouquissimo sangue e práticamente nenhuma participação popular,um punhado de militares rebelados se alia a políticos da oposição para encerrar abruptamente o quase cinquentenário reinado de D.Pedro II.Sob o comando do Marechal Deodoro da Fonseca,o Brasil entra numa nova era...a da Républica.O novo Governo obriga o imperador deposto e sua familia a embarcarem de madrugada rumo ao exílio.

             

 

O Governo Deodoro foi marcado pelo esforço da implantação de um regime de Estado Republicano, mas foi caracterizado, entretanto, por grande instabilidade política e também econômica, devido às tentativas de centralização do poder, da movimentação de opositores da queda do Império, e por parte de outros setores das Forças Armadas, descontentes com a situação política republicana. A crise teve seu ápice no fechamento do "Congresso Nacional do Brasil", o que mais tarde acabou levando à renúncia de Deodoro da Fonseca.

clicka Texto...A ANARQUIA MILITAR.pdf (168 kB)

                         A TRAMA DA VITÓRIA.pdf (482,3 kB)  

                         RUMO AO EXÍLIO.pdf (238,5 kB)       

  

Carlos Navarro